Contabilidade internacional
1. A origem das Normas Internacionais de Contabilidade
Após o cataclismo econômico e social provocado pela crise da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, membros do Governo dos Estados Unidos, congressistas daquele país, dirigentes empresariais, auditores, analistas de crédito e do mercado de ações e pesquisadores acadêmicos se debruçaram na análise das razões para a crise e na concepção de mecanismos para superá-la. Dentre as medidas imaginadas e implantadas estava um reposicionamento relativo à regulação governamental e à normatização contábil voltadas para o preparo e auditoria de demonstrações financeiras, também chamadas de demonstrações contábeis.
Foi então criado, no âmbito da entidade que congregava e ainda congrega auditores nos EUA – o Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA – American Institute of Certified Public Accountants), uma área voltada para o preparo de “normas contábeis” (o APB – Accounting Principles Board). Esse organismo, criado em meados de 1930, responsabilizou-se pela produção de tais normas até princípios dos anos 70 do século passado, e seus pronunciamentos constituíram a parte mais representativa dos chamados Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos (US GAAP – Generally Accepted Accounting Principles). Por volta de 1973, esse organismo foi substituído por uma entidade independente, sem fins lucrativos, que assumiu desde então a tarefa de emitir tais normas: a Junta de Normas de Contabilidade Financeira (FASB – Financial Accounting Standards Board).
Aproximadamente nessa mesma época, no início de 1970, foi criado um organismo internacional com o propósito de produzir normas contábeis não sob a ótica de um país em particular, porém com a intenção de serem normas genuinamente internacionais, no sentido de “supranacionais“: nascia o Comitê de Normas Contábeis Internacionais (IASC – International Accounting Standards Committee). Esse organismo gerou normas