Contabilidade: entre umas e outras
Contabilidade: entre umas e outras
CONTABILIDADE: ENTRE UMAS E OUTRAS
Sérgio de Iudicibus1 O título deste artigo foi inspirado no de um filme denominado Sideways na versão original, lamentavelmente traduzido para “Entre Umas e Outras” na versão nacional. Sideways, numa tradução literal, significa vias paralelas, calçadas, mas creio que no filme quisesse significar vias secundárias. De fato, o filme narra a história de dois amigos: um que vai casar daí a alguns dias; outro, que está saindo de uma decepção amorosa. Resolvem, como despedida de solteiro, gastar uma semana indo para o norte da Califórnia visitar pequenas produtoras de vinhos de excelente qualidade (um dos amigos era um expert em vinhos). É claro que durante a viagem acontecem muitas aventuras, principalmente com o amigo que vai casar, um namorador inveterado, daí o título na versão nacional. O Brasil está para se casar com as normas internacionais de contabilidade, as do IASB. O casamento, provavelmente, será indissolúvel e apresenta uma série de vantagens. Entretanto, convido-os a tirar uma folga e a fazermos uma viagem rumo às pequenas fábricas de idéias contábeis. A analogia com as pequenas produtoras de vinho, onde os dois amigos foram, em lugar das grandes adegas, tem muito a ver com o que se desenvolverá a seguir. As Diversas Formas de Encarar a Contabilidade É muito importante lembrar que a Contabilidade, embora tenha sido definida, classicamente, como a ciência do patrimônio, reconheceu que, apesar da importância desse objeto da contabilidade, ela nasceu gerencial, isto é, o dono era também o administrador do negócio. Mas, cada proprietário/gerente podia ter uma idéia diferente sobre o que constar no patrimônio e como avaliar. Mais tarde, com a invenção das partidas dobradas, o custo histórico e uma visão bastante conservadora do que deveria constar no patrimônio acabaram prevalecendo. Digamos que o acompanhamento das variações do patrimônio fornece a base