Consumismo
Ano2 | # 3 | edição bimestral | maio e junho de 2009
Revista editada pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom
Entre o inferno e o paraíso: o papel da publicidade na sociedade de hiperconsumo
LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 402 p. ISBN: 978-85-359-1093-3 Suelen Brandes Marques Valente1 Filósofo francês, pesquisador e professor da Universidade de Grenoble, França, Lipovetsky é um dos teóricos de maior renome no segmento do consumo de grandes marcas, que busca respostas para o consumo na atualidade, intitulada por ele de hipermodernidade2. O termo refere-se a esta exacerbação dos valores criados na Modernidade, atualmente elevados de forma exponencial. Do autor, já foram publicados no Brasil vários livros, como Os tempos hipermodernos, O Império do efêmero, A terceira mulher, O luxo eterno, e os mais recentes no ano de 2007, A sociedade da decepção e A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. Neste último livro, Lipovetsky elaborou um debate atual e de grande relevância sobre o consumo e suas implicações para a sociedade, navegando por diversos temas que para
A autora é bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda. Atualmente é Mestranda em Comunicação Midiática pelo Programa de Pós-Graduação da UNESP, campus de Bauru/SP, com financiamento da FAPESP. E membro do grupo de pesquisa reconhecido pelo CNPq Comunicação e Sociedade.
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A hipermodernidade é caracterizada por uma cultura do excesso, do sempre mais. Todas as coisas se tornam intensas e urgentes. O movimento é uma constante e as mudanças ocorrem em um ritmo quase esquizofrênico, determinando um tempo marcado pelo efêmero, no qual a flexibilidade e a fluidez aparecem como tentativas de acompanhar essa velocidade. Hipermercado, hiperconsumo, hipertexto, hipercorpo, hiperpublicidade: tudo é elevado à potência do