Construindo O Conceito De Seguran A Alimentar
Relacionada à saúde da população, a segurança alimentar é imprescindível para conter o aparecimento de doenças carências.
O acesso à alimentação é um dos direitos fundamentais consignados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
Mas, o que vem a ser segurança alimentar e nutricional? Segundo o médico, professor titular do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco, e conselheiro nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Malaquias Batista Filho, esse conceito foi sendo construído ao longo do tempo e, de 1945 a 2004, passou pelo que ele considera quatro fases.
A primeira teve início após a Segunda Guerra Mundial, quando se concebe segurança alimentar como componente estratégico da segurança nacional e condição importante para enfrentar possíveis guerras.
Com a evolução das demandas sociais, dos estudos epidemiológicos e do próprio conceito de cidadania presente nos estatutos internacionais e textos constitucionais de quase todos os países, segurança alimentar passa a ser compreendida como condição necessária ao equilíbrio econômico-social. É nesse período, entre os anos 1950 e 1960, que, de acordo com o professor Malaquias, tem-se início a corrida tecnológica e política para aumentar a produção e armazenamento de alimentos, encontrando em um novo modelo agrícola, chamado “Revolução Verde”, seu grande representante. Esse modelo buscava alta produção e produtividade. Para isso, fazia uso de recursos de mecanização e adubação, seleção de sementes de elevada produtividade, uso de herbicidas, praguicidas e utilização cada vez maior de agrotóxicos para a preservação das lavouras. Vários países apostaram nessa forma de aumento rápido da produção agrícola para acabar com a fome coletiva. Na maioria dos casos, a estratégia se mostrou ineficiente