Considerações de nietzsche acerca do historicismo hegeliano
1. Introdução
Este trabalho pretende discorrer acerca dos principais conceitos de Nietzsche no que concerne à sua consideração do historicismo na modernidade como doença, na Segunda Consideração Intempestiva. Bem como, contrapor o posicionamento deste filósofo com o de Hegel, o qual, por sua vez, vê na cientificização da história um avanço do auto-conhecimento do gênero humano rumo à liberdade, como trata no texto A Razão na História. Tratando-se do segundo trabalho da disciplina “Filosofia das Ciências Humanas II”, cujo propósito é justamente o de contrapor as concepções de História em ambos autores, e tendo escolhido o segundo tema[1] (dos seis sugeridos) como fio condutor do deste trabalho, pretendemos agora dar continuidade ao primeiro trabalho apresentado a esta disciplina. Primeiramente retomando nossas ponderações e críticas à abordagem hegeliana, em seguida apresentando a proposta nietzscheana, além de possíveis semelhanças entre as teses e, por fim, tecendo agora também algumas ponderações quanto a possíveis decorrências desta tese de acordo com nossa interpretação da mesma.
2. Determinismo histórico em Hegel Hegel considera que a História seja determinada por um movimento racional de auto-conhecimento cuja finalidade já está pré-estabelecida: todas as coisas têm um estado verdadeiro que se revela ao final da história, quando estas coisas se realizam em toda sua potencialidade intrínseca, em toda sua essência, sendo a liberdade a essência do homem. O corre que até que este momento chegue as coisas não são num sentido forte, mas estão num constante devir, as coisas são (em) seu movimento de realização de sua essência. E quando esse momento de realização total das potências ocorre o movimento cessa, acaba o devir. Em termos de história, por exemplo, seria como se chegando em seu ápice – o que para Hegel é o Estado republicano – a história acabasse. Trata-se de um