Consequências do processo de ocupação do bairro de boa viagem no recife
2. DELIMITAÇÃO DO TEMA O processo de ocupação do bairro de Boa Viagem que, apoiado na especulação imobiliária, transformou a antiga área de manguezal e mata de restinga no bairro mais populoso do Recife (população de 100.388hab – Censo 2000 IBGE). Feito de maneira desordenada trouxe vários problemas sociais (favelização) e ambientais (aumento da temperatura – ilhas de calor).
3. PROBLEMA Até o início do século passado, Boa Viagem era praticamente desabitada, a ponto de se praticar a caça a raposas e outros animais silvestres. Sua povoação tem seu início, timidamente, no século XVII, devido à existência de algumas vendas que serviam de local de descanso para viajantes vindos do sul da Capitania de Pernambuco. A Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem foi fundada em 1743, junto ao vilarejo onde ficavam as vendas e pescadores. Durante a Segunda Guerra Mundial começou a ser mais intensamente ocupada para fins militares. Mais tarde, com a conexão viária para o centro do Recife, os poucos prédios e casas dos anos 1940-60 foram cedendo espaço para prédios de mais de 10 andares, quase que exclusivamente para moradias de alto luxo (2/3 dos imóveis a beira mar). No ápice da verticalização, eram construídos em média seis prédios por ano (década de 1970), e se a tendência atual de duas edificações anualmente construídas for seguida, a beira-mar será completamente ocupada pelas classes economicamente privilegiadas em meados de 2020, então se alastrará para outras áreas como Piedade em Jaboatão dos Guararapes. Devido a essa ocupação se dar de maneira desordenada, várias consequências foram e são sentidas por habitantes e frequentadores da única praia oceânica da capital pernambucana (junto com a Praia do Pina): Destruição da vegetação original que, além de amenizar a temperatura, protegia a areia da praia contra o avanço do mar; superestimação da rede de esgotos e drenagem que era