Conjuçoes
O meu trabalho tem um convênio com uma cooperativa de táxis, aqui de Recife, a COOPETÁXI. E todas as vezes que eu pego um táxi eu tenho que escutar uma gracinha de um taxista por comunicá-lo que o destino final será Roda de Fogo. – RODA DE FOGO? Pergunta o taxista. – Sim, Roda de Fogo, respondo de volta. Aí começam as frases que mostram o preconceito daquelas pessoas com o lugar que eu moro, o preconceito comigo que sou passageira e que queria apenas chegar em casa. Depois tanta gente por aí enche a boca pra dizer que neste país não existe preconceito.
Poxa, vida! Sou um ser humano. Eu que estou ao seu lado, precisando de seus serviços, sou um ser humano e quero apenas chegar em casa depois de trabalhar durante o dia todo! Chega a ser humilhante. Falo por mim e por todas as pessoas que moram em algum lugar pobre desta cidade. Queria dizer a todas as pessoas cheias de preconceito que ser pobre não significa ser uma pessoa má não. Tem gente que vai dizer que eles estão prezando pela sua segurança, e pra essas pessoas eu gostaria de dizer que eu estou zelando pelos meus e que é inadmissível para qualquer pessoa deste mundo passar por uma situação dessas. Ainda mais muitas vezes na vida.
Eu quero que meus direitos tenham valor, que meus direitos sejam respeitados. E que as pessoas parem apenas de achar que as desigualdades dessa vida são única e exclusivamente vontade de quem é pobre. Ninguém é pobre porque quer. Vamos olhar para a história desse país, totalmente desigual e questionar. Vamos questionar a