Conhecimentos Gerais
Introdução A gravidez é um período fisiológico complexo. Nele, além das mudanças físicas e emocionais, existem crenças e mitos envolvendo a saúde do binômio mãe-filho. Entre elas, encontra-se a atenção odontológica tida como prejudicial e contra-indicada. O folclore popular é rico em atributos negativos em relação ao tratamento odontológico na gravidez como: “a cada gravidez, perde-se um dente”; “há enfraquecimento dos dentes da mãe porque o feto retira cálcio deles”, preocupações com a formação do feto ou até a perda do mesmo devido ao uso de anestésico odontológico. A maior dificuldade na implantação de um serviço odontológico no pré-natal advém das crenças que decorrem da associação entre gestação e odontologia5. Assim, o objetivo desse artigo é discutir a percepção de gestantes sobre atenção odontológica durante o período gestacional, visando colaborar com o aperfeiçoamento da atenção prestada durante o pré-natal, fornecendo subsídios para elaboração de ações de promoção de saúde e contribuir com melhorias na integralidade da atenção dessa importante parcela da população.
Metodologia Tratou-se de uma pesquisa de natureza qualitativa.A população de estudo foi constituída por gestantes que realizavam o pré-natal nos serviços públicos e privados do município de Londrina – PR, no período de novembro a dezembro de 2004. Foram entrevistadas gestantes usuárias do SUS em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também as assistidas pelo serviço privado, em consultórios particulares, integrantes de planos de saúde. Nesta fase, após cada entrevista, foram registradas as percepções da entrevistadora em caderno de campo. A escolha das UBS foi por conveniência, tendo como critério de seleção aquelas UBS situadas em locais de riscos sociais opostos, para uma representação mais completa do SUS. Em relação às gestantes assistidas pelo serviço privado, optou-se