conflitos agrario no brasil
CAMPO BRASILEIRO: OS DADOS DO GOVERNO
LULA.
Mirian Claudia Lourenção SIMONETTI*
RESUMO: Este texto apresenta uma breve reflexão sobre a
Geografia dos conflitos agrários no Brasil entre os anos 2003 e 2006, enfatizando o período do primeiro Governo de Lula da Silva. Baseiase nos dados levantados pela Comissão Pastoral da Terra – CPT, que desde 1985 vem compilando informações sobre os conflitos no campo brasileiro. A análise dos dados nos dá a dimensão das medidas mais significativas ocorridas no âmbito das políticas relativas à agricultura brasileira, sobretudo no que se refere à política de reforma agrária. A presença significativa da violência e dos conflitos no campo brasileiro evidencia a persistência da reprodução de um modelo agrário-agrícola baseado na concentração de terra, da riqueza e de poder. Demonstra, sobretudo, a resistência das populações do campo – camponeses, sem terra, indígenas, seringueiros, quilombolas, dentre outras –, impelidas a protagonizar as mais diversas lutas sociais no país para manterem suas terras.
A presença dos movimentos sociais na cena política demonstra a importância da realização da Reforma Agrária no contexto do desenvolvimento da sociedade brasileira.
PALAVRAS-CHAVE: Conflitos agrários. Violência. Reforma agrária.
* UNESP – Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Filosofia e Ciências – Departamento de Ciências
Políticas e Econômicas – Centro de Estudos e Pesquisas Agrárias e Ambientais – CPEAA. Marília – SP –
Brasil. 17525-900 – mirian@marilia.unesp.br
Perspectivas, São Paulo, v. 36, p. 19-40, jul./dez. 2009
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Introdução
Tratar da Geografia dos conflitos agrários e da violência no Brasil implica compreender a complexidade e diversidade dos atores sociais envolvidos com essa problemática, ou seja, o papel do capital representado pela agricultura empresarial, o papel do campesinato e das populações tradicionais, o papel do estado (incluindo o judiciário) e a atuação da