Confidencia do Itabirano
Nesse poema, Carlos Drummond de Andrade mostra um lado um pouco mais íntimo de sua vida, ao escrever sobre sua cidade natal, EM Minas Gerais, Itabira.
Durante o poema, Drummond repete várias vezes a palavra “ferro”, que pode ser considerada ambígua ao analisar o contexto do poema e a história dessa cidade do interior de Minas. Para quem não sabe, Itabira é o berço da Companhia Vale do Rio Doce, extratora de minério de ferro criada no governo de Getúlio Vargas, em que Drummond era chefe de gabinete do ministro da Educação e Saúde. Contudo, esse poema em específico não contém um grande caráter político, como em muitos outros textos ao longo do livro “Sentimento do Mundo”. Dessa maneira, ao usar a palavra “ferro”, Carlos Drummond busca mostrar que uma das principais características do homem do interior, que é a sua força. Ele alcança seu objetivo de maneira muito sagaz, ao relacionar essa força do homem do interior com a principal atividade de sua cidade, a extração de “ferro”.
Drummond também mostra que traz consigo de Itabira, diversas “prendas”, como ele mesmo se refere no poema. Isso denota o fato da cidade ser rica em matéria prima, seja de minérios ou animais, e também em religiosidade, afinal Drummond carrega um “São Benedito do velho santeiro Alfredo Durval”.
Além disso, Drummond também traz valores característicos dos cidadãos dessa cidade mineirinha. Para mostrar isso, o poeta faz uso de diversos paradoxos, como em “E o hábito de sofrer, que tanto me diverte” e “este orgulho, esta cabeça baixa”, localizados no 9º e 15º versos respectivamente. Drummond mostra também o amor, tristeza e a saudade que a sua cidade possui naturalmente, e que ele sente da mesma por estar longe, mostrando isso quando diz: “A vontade de amar... que vem de Itabira” e “Itabira é apenas uma fotografia na parede.; mas como dói!”.