Conceitos Sobre O Amor
1. Da dificuldade de falar sobre o amor
Ardendo de inveja da beleza de Psiquê, Afrodite ordenou a seu filho Eros que a fizesse apaixonar-se pela mais feia e desprezível das criaturas, mas Eros (ou Cupido), tomado de amor por Psiquê, levou-a para um palácio suntuoso, onde a visitava todas as noites, na escuridão. Sua única exigência era que ela nunca tentasse ver-lhe o rosto. Instigada por suas irmãs, ela quis, numa noite, identificar seu amante adormecido. Ao perceber que era o próprio Amor, ficou perdidamente apaixonada, porém uma gota de óleo da lâmpada caiu no ombro de Eros, despertando-o. Ele desapareceu e o romance ficou a descoberto. Para obter o perdão de Afrodite, Psiquê trabalhou como escrava, cumprindo diversas tarefas consideradas impossíveis. Finalmente, apaziguada, a deusa Afrodite perdoou os dois e permitiu a união.
Psiquê é a alma humana em sua luta para reencontrar a felicidade, o gosto pelas coisas. Mas o mito de Eros e Psiquê deixa implícitas duas advertências: aquele que se entrega totalmente ao amor está condenado a perder-se; e aquele que tenta descobrir o que é o amor com olhos que não sejam o do coração corre o risco de perder o amor. Perdê-lo em sua essência, que não pode ser traduzida em palavras: falar sobre o amor é incorrer neste último risco.
2. Termos gregos para a palavra amor
2.1 Ágape
É o amor benevolente que se contrapõe ao amor concupiscente (ou apego). No amor benevolente deseja-se fazer o bem ao outro. No amor concupiscente deseja-se possuir o bem que já existe no outro. Exemplo de amor benevolente é o da parábola do bom samaritano. Exemplo de amor concupiscente é o do homem pelo dinheiro. Nas escrituras sagradas ágape é traduzido como charitas (caridade). Considerada a maior das virtudes.
2.2 Eros
Alguns escritos versam sobre uma interpretação filosófica de Eros, colocando-o como o princípio responsável pela geração e pela composição, ou seja, a força de atração que faz as coisas ligarem-se umas às