Conceito da Obra de Bion ATPS Psicanálise II
O conceito de Bion quanto a origem, natureza e funcionamento da mãe ou do psicanalista como um dos principais fundamentos da teoria como prática psicanalítica, parte da noção de identificação projetiva e conclui que para todo conteúdo projetado deve haver um continente receptor.
A denominação de rêviere tem uma raiz francesa (revê=sonho), designa uma condição pela qual a mãe (ou o analista) está em um estado de sonho, captando o que se passa com o seu filho não através dos órgãos sensoriais mais sim pela sua intuição, dessa forma uma menor concentração nos órgãos sensoriais resulta em um maior afloramento da sensibilidade profunda.
Bion dizia: “a rêviere é um componente da função da mãe, capaz de colher as identificações projetivas da criança, independentemente delas serem percebidas por está sendo boas ou más”. Da mesma forma o estado de sonho da função rêviere do analista lhe possibilita dar livre acesso ás suas fantasias, devaneios e emoções, em um estado mental que lembra a “atenção flutuante” de Freud que serviu de inspiração ao que Bion veio a postular como um estado do analista se relacionar com o seu paciente, ‘sem memória, desejo ou ânsia de compreensão’.
A noção de rêviere é a retomada de uma unidade funcional com a mãe que vai além de um plano físico ou fisiológico, no ato da amamentação não basta o nutridor leite materno concreto, mais sim a forma como é dado pela mãe não vai impedir uma sensação da presença de um seio bom ou mau (ausente e perdido).
Podemos entender que a função de rêviere estudada por Bion como sendo uma capacidade da mãe em fazer a identificação introjetiva e identificação projetiva do seu filho é uma capacidade de fazer ressonância com o que é projetado dentro dela.
A função do conhecimento está intimamente ligada á da formação de símbolos, sendo esses que permitem uma evolução da criança de poder conceituar, generalizar e abstrair expandindo o seu pensar e o seu conhecer.
Para Bion, o trabalho dos sonhos