Comunismo

CX D.Arte O Natal e o Consumismo
Estamos a chegar ao fim do mês e da época do ano mais importante para alguns sectores da economia portuguesa, em especial para o comércio, que neste Natal terá facturado (de acordo com as estatísticas disponíveis) 130 milhões de contos. Só as máquinas de pagamento automático terão efectuado 7 milhões de compras, fora o que foi pago em dinheiro ou cheque. Os números são impressionantes, no entanto, este é, por outro lado, um mês terrível para outros sectores da economia, em particular alguns ramos da indústria.
Enquanto que para os primeiros este é o mês em que se espera facturar mais do que nos restantes 11, para os segundos, este é o mês em que se trabalha (e se factura) menos, devido aos feriados e em que ainda por cima se têm que pagar, não só os salários, mas também os subsídios de Natal. Menos receitas e mais custos. Um desastre de mês.
Esta dualidade em sectores de actividade diversos é acentuada pela cultura consumista em que vivemos e para a qual contribuem as campanhas publicitárias
(sobretudo as televisivas) e as empresas comerciais (especialmente as grandes superfícies e as multinacionais do brinquedo).
Tudo é feito ao longo do ano para convergir nesta altura com uma oferta de novidades, cor e entusiasmo infantil que “esmaga” qualquer um. Passear nos centros comerciais nesta altura do ano, faz pensar que o país vive todo o ano a pensar no Natal, trabalha todo o ano para poupar para o Natal e só pensa durante os outros onze meses no tempo que falta para o Natal.
Este fenómeno deve ser devidamente analisado. Em primeiro lugar deve-se frisar que é um fenómeno recente, em segundo, que não é universal. Não é assim em toda a parte. É recente, porque foi inventado pelas multinacionais do brinquedo e do entretenimento juvenil (i.e. jogos de computador, livros, ...). Claro que não inventaram o Natal, mas inventaram este fenómeno da troca de prendas e