Comunidade - Bauman
Salvador/Bahia
Setembro de 2013
Ao pensar em comunidade, baseado no livro Utopia de Thomas More, no texto Comunidade e Sociedade como estruturas de socialização de Max Weber, no livro Comunidade de Zygmunt Bauman e na comunidade criada pelos Novos Baianos entre 1971 e 1975, retratada no documentário Os Filhos de João, diversas questões quanto a essa tão desejada comunidade surgi.
Afinal, até que ponto o pertencer a uma comunidade é desejado? Será que no contexto atual nos adaptaríamos a viver em comunidade? A comunidade dos Novos Baianos seria como a Ilha de Utopia? Pensando na comunidade dos Novos Baianos, Bauman está certo ou não ao dizer que “comunidade é o tipo de mundo que não está, lamentavelmente, a nosso alcance, mas no qual gostaríamos de viver e esperamos vir a possuir.”?
A comunidade dos Novos Baianos, inicialmente, parecia ser a realização da comunidade imaginada, termo utilizado por Bauman para representar a comunidade que é sonhada e postulada, comunidade na qual se deseja viver. Afinal, quem não gostaria de viver em um local onde tudo é de todos? Onde não há brigas, e essas quando acontecem são pelo futebol e logo são resolvidas? Onde a honestidade fala mais alto que o dinheiro?
Contudo, com o passar dos anos a comunidade dos Novos Baianos não é mais a mesma. Como Bauman mostra em seu livro, “a comunidade realmente existente exige lealdade incondicional e trata tudo o que ficar aquém de tal lealdade como um ato de imperdoável traição.”. Ou seja, para ter a segurança que é oferecida pela comunidade é necessário seguir regras e essas limitam a liberdade. Percebe-se assim o dualismo que esse autor trata em seu livro,
“A segurança e a liberdade são dois valores igualmente preciosos e desejados que podem ser bem ou mal equilibrados, mas nunca inteiramente ajustados e sem atrito. [...] As comunidades existentes tornam a contradição entre segurança e liberdade mais visível e mais difícil de