Comunicação
Techne 107 - Fevereiro 2006
Embora composto por materiais semelhantes, os grautes se diferenciam do concreto e da argamassa pela peculiaridade da mistura e pelo desempenho.
Eis a definição simplificada do que é um graute, também comparável ao concreto autoadensável, diferindo, nesse caso, principalmente quanto às dimensões do agregado, mas dispensando igualmente a vibração.
A composição para obter essas características é uma mistura de aglomerantes - cimento Portland ou resina epóxi numa quantidade até cinco vezes superior a um concreto comum -, agregados miúdos de origem natural ou beneficiados e aditivos com diversas funções, além de, eventualmente, fibras sintéticas. Elton Bauer, no capítulo IX "Pastas, argamassas e grautes", publicado pelo Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) no livro Concreto: ensino, pesquisa e realizações, afirma que, após a mistura com água, "os grautes devem apresentar fluidez, consistência tipo bombeável, baixa ou nenhuma retração e não devem apresentar segregação e exsudação pronunciados". É o que Antonio Domingues de Figueiredo, professor da Escola
Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), chama de "consistência milk-shake".
Características como essas são necessárias para que atenda a finalidades como: preenchimento de vazios em estruturas, encamisamento, reforço e recuperação de estruturas, preenchimento de colunas de alvenaria estrutural, fixação de equipamentos a uma base e ancoragem e chumbamento de tirantes e fixadores, por exemplo.
O ensaio com funil de Marsh mede o tempo que um litro da mistura leva para escorrer, determinando-se a fluidez.
A mesa de consistência é adotada quando a suspensão conta com alto teor de sólidos ou viscosidade incrementada por aditivos ou fibras.
São situações muito específicas, em que o desempenho deve ser absoluto e isento de suspeitas.
"A palavra-chave do graute é: uniformidade", resume Figueiredo ao se referir à