Comunicação
A renúncia do Papa Bento XVI traz à tona uma discussão antiga: a importância da atividade física e o combate ao sedentarismo
Segundo o colunista semanal do site Globo Esporte e médico cardiologista Nabil Ghorayeb, o Papa Bento XVI teve um antecessor esportista exemplar, o Papa João Paulo II. Ele cultivava atividades físicas regulares e foi obrigado a abandoná-las, prejudicado pelo atentado. Ghorayeb afirma que os dois atingiram a idade chamada de “idoso idoso”* sendentário, “sem dúvida acelerando a deterioração das suas vidas”.
Os motivos para a renúncia do Papa Bento XVI foram dados pelo porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi. Ele afirmou que “as razões estavam na percepção de que sua força tinha diminuído com a idade avançada”.
E é nessa linha que seguimos com o nosso raciocínio. A fisioterapeuta especializada em ortopedia Ana Paula Primon Anderson Gomes explica que no processo de envelhecimento muitas alterações ocorrem no corpo. “O envelhecimento tende a produzir processos degenerativos em cartilagens, ligamentos, tendões e músculos, além de reduzir a massa óssea, diminuindo por consequência a capacidade funcional do aparelho locomotor. Todos estes efeitos são agravados pelo sedentarismo. Ocorre, também, um aumento do tecido adiposo (gordura), em substituição da massa óssea muscular”, diz.
Para Gomes, essas alterações irão refletir diretamente na redução da força, da resistência, coordenação, velocidade, potência e flexibilidade do indivíduo. “Assim, com o passar dos anos, este processo pode gerar dificuldades para as pessoas realizarem atividades diárias, reduzindo o bem-estar psicológico e social.” Ela lembra que o processo degenerativo do envelhecimento atinge diretamente o sistema nervoso e esclarece que se acredita, hoje, que a tendência de as pessoas engordarem com a idade ocorre e grande parte por causa da redução da taxa metabólica basal (quantidade de energia gasta) decorrente