Composição musical
Este é o primeiro artigo de uma série na qual transmitirei algumas dicas sobre composição de música popular. Não abordaremos nesses textos o uso de partituras e sim da música feita intuitivamente, com o ouvido. Toda a experiência aqui relatada é fruto de vivências pessoais, de informações coletadas em fontes diversas e da observação de aspectos e comportamentos referentes ao meu próprio processo criativo, informações estas que tenho imensa satisfação de compartilhar com todos os leitores.
Primeiramente, para fazer música não é preciso ter algum dom supremo ou ser favorecido pela natureza com habilidades especiais ou extraordinárias. Esses casos existem sim, mas acredito que na maioria das vezes são as pessoas esforçadas e decididas e com força de vontade que conseguem fazer alguma coisa, que transformam sonhos em realidade por meio de atitudes ousadas e realistas.
Alguns compositores populares começam com a letra, outros iniciam pela melodia e alguns fazem os dois ao mesmo tempo, não há regras definidas. Um mesmo compositor pode num determinado dia iniciar com a letra e, noutra oportunidade, pode começar pela melodia, dependendo do humor, da vontade e de outros fatores que interferem no processo criativo do compositor. Pense nisso: por onde você prefere começar uma composição, pela letra ou pela melodia? É famoso o caso da canção “Satisfaction”, composta por Mick Jagger e Keith Richards, dos Rolling Stones. O guitarrista Keith Richards estava dormindo próximo à sua guitarra e a um gravador, como de hábito. Às vezes ele gravava algumas coisas durante seus cochilos, até que um certo dia viu que um trecho de fita havia sido usado. Ao ouvir a fita, o guitarrista percebeu que havia criado um riff interessante tocado em sua guitarra, em meio a alguns roncos: havia acabado de nascer a melodia (com três simples notas musicais) de um dos maiores hinos do rock, de modo bastante espontâneo e natural. A letra foi acrescentada