Composição Design
Vítor Quelhas
1. Introdução. A composição como procura de um objectivo.
Quando se fala em composição sem quaisquer preconceitos, apenas como acto de reunião, acumulação ou organização de diferentes elementos, fala-se basicamente de tipos de relação entre partes e Todo, de tal forma que o Todo é sempre algo mais do que a simples soma das partes que o constituem.
A totalidade é vista – ao considerarmos a composição não como um mecanismo infalível sujeito a fórmulas mais ou menos canónicas, mas enquanto uma acção natural, um comportamento inerente à percepção humana – como um objectivo tendencial da obra, quer esse objectivo seja algo de que se parte, definido a priori e que oriente e estabeleça todos os passos do processo compositivo, quer seja uma incógnita, algo a que se chega através de operações de tentativa e erro, como se fosse um género de aventura criativa que não deixa, por ser aventura, de obedecer a critérios, quanto mais não seja os que são impostos pelas características do suporte de que se parte ou pelas qualidades do medium em que se opera.
Mas será legítimo pensar em composição na ausência de um objectivo a atingir?
A questão está longe de ser académica e se lhe acrescentarmos o facto de que, a acreditar no pensamento de Arnheim, compor é uma tendência natural e nada tem de especificamente racional ou premeditado. A composição é a adequação da forma a um conteúdo.
2. Dados sobre a Teoria Gestalt. Relações entre partes e Todo.
Agrupamento e subdivisão.
A influência da teoria gestáltica no pensamento artístico acaba por ter a sua quota parte nesta atitude, ao introduzir uma equação na qual o Todo determina e influência a personalidade das partes. Mas tudo isto deve ser entendido com cuidado. Ao se dar a primazia à noção de totalidade, não pode ser posto à margem a influência das partes, que por sua vez dependem do conjunto, no que respeita à sua forma e ao tipo de relações a que estão sujeitas. É