Comportamento humano
Peter Drucker diz, em entrevista, que o modelo de gestão do tipo “ópera” deve ser substituído por um semelhante a um grupo de músicos de jazz, no qual as ações sejam improvisadas e executadas simultaneamente
Esta entrevista começa com uma inversão de papéis. Quem faz a primeira pergunta não é o entrevistador, mas sim o entrevistado, o austríaco Peter Drucker. E ele já começa com uma provocação, afirmando que o setor de informática, como um todo, nunca foi lucrativo. Drucker surpreende ao longo de toda a conversa – aliás, como sempre. Conta, depois de uma análise histórica, que o setor bancário também não foi lucrativo e prevê que os pioneiros da Internet não serão os mais bem-sucedidos. Drucker explica também por que as pequenas e médias empresas vêm crescendo muito mais do que as grandes e afirma, corajosamente, que estas não têm futuro promissor no cenário da globalização. Para o especialista, equipes de sete a nove pessoas são as ideais para que um negócio funcione atualmente e as grandes organizações não encontraram a maneira certa de montar tais equipes. Drucker comenta as perspectivas de EUA, Japão, Europa (incluindo a Rússia), China e Índia e vislumbra tempos de incertezas e turbulência. Diz ainda, num raciocínio que pode ser aplicado ao Brasil, que os EUA serão favorecidos pela “desordem” de sua força de trabalho. A entrevista foi concedida a Peter Schwartz, diretor da Global Business Network, firma de consultoria com sede na Califórnia, e Kevin Kelly, editor executivo da revista Wired. que o setor de informática ainda não tenha falido. Alguém já fez os cálculos matemáticos desses valores? Não. Eu costumava fazê-los, mas desisti após 1970. Duvido que alguém os tenha feito. Mesmo assim, o sr. tem certeza de que o setor não ganhou nada? Eu disse que o setor como um todo não conseguiu lucrar. Alguns indivíduos ganham dinheiro durante um certo período; a IBM ganhou muito dinheiro durante cerca de 30 anos. O sr. acha que essa situação