Compara es entre Nunes Leal Carvalho e Euclides Coronelismo Clientelismo e Mandonismo

1637 palavras 7 páginas
Trabalho de IBRA – Bloco II – Os dois Brasis
Nomes: Marcia Goldman, Francesco Scuotto e Tecio Rodrigues.
Professora: Tatiana Siciliano.
Período: 1º - 2010.2

Victor Nunes Leal, José Murilo de Carvalho e Euclides da Cunha.

Ao analisar o Brasil da Primeira República, iniciada em 1889 até 1930, pode-se perceber uma grande distinção entre “dois Brasis”: o do litoral e o do interior. As discussões sobre a existência de dois Brasis e sobre a clivagem entre o litoral e o interior encontram-se presentes, embora com diferentes perspectivas, tanto em Euclides da Cunha em Os Sertões – o primeiro a denunciar o descaso do litoral em relação ao sertão – como em Coronelismo, Enxada e Voto com Victor Nunes Leal.
É importante ressaltar que para a análise desses dois textos é necessário que o leitor tenha alguns conceitos bem definidos. José Murilo de Carvalho em Pontos e Bordados: Escritos de História e Política explica bem os conceitos de: coronelismo, mandonismo e clientelismo, sendo que este último não é analisado nem por Leal nem por Euclides da Cunha.
José Murilo de Carvalho, em seu texto citado, tem como objetivo definir claramente os conceitos citados anteriormente visto que, normalmente, eles são utilizados de forma errônea. Por definição, o mandonismo não é um sistema como o coronelismo, mas sim uma característica da política tradicional que existe desde os tempos da colonização. O mandão, através de um domínio social e arbitrário, impede que o indivíduo tenha livre acesso à sociedade política, estabelecendo com ele uma relação de dependência. A tendência, então, é que o mandonismo desapareça com a extensão da cidadania no país, visto que, quando o povo tiver consciência cidadã ele não precisará mais do mandão.
Já o coronelismo foi o sistema político, adotado na Primeira República, que consistia em uma complexa teia de relações de poder que se estendia do “coronel” (chefe local) situado nos municípios rurais, passava pelos Governadores, e terminava no poder central.

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