Como a vida começou
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Autor: Frank Zindler
Tradução: Arnaldo Elias
Fonte: Sociedade da Terra Redonda
Original: American Atheist, Fevereiro, Março e Abril de 1999
E o Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspiroulhe nas narinas o sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente.
Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, no lado do oriente... (Gênesis 2:7-8)
Mas se (e oh! Que SE grande!) nós pudéssemos conceber em algum laguinho morno, com todos os tipos de amônia e sais fosfóricos, luz, calor, eletricidade, etc presentes, que um complexo de proteínas foi formado quimicamente pronto para sofrer mudanças ainda mais complexas... (Charles Darwin, Carta de 1871)
Parte I
Abordando o Problema
Demorou bastante tempo para que os europeus começassem a pensar sobre a origem da vida em termos naturalísticos. Antes do desenvolvimento da bioquímica moderna, não era sequer possível definir o que era vida, muito menos buscar sua origem. Mais ainda, o estrangulamento intelectual resultante do triunfo do cristianismo no Mundo Ocidental durou bastante após o período conhecido como “Iluminismo” que floresceu no século dezoito. O pensamento mágico que permeava as sociedades cristãs tornou impossível mesmo para grandes cientistas contemplarem a origem da vida em termos puramente materialistas. É uma das grandes ironias da história da ciência que foi um grande avanço no entendimento científico que causou um retrocesso aleijante na pesquisa relativa à origem da vida. Na década de 1860 quando o colosso da ciência francesa, Louis Pasteur, refutou a hipótese da geração espontânea – a idéia de que a vida pode vir da não-vida (ex. larvas a partir da carne em decomposição, ou bactérias a partir de caldo de carne) –, ele efetivamente revogou a noção de que seria cientificamente respeitável sustentar que a vida tinha se originado espontaneamente no passado remoto. Pasteur, apesar de suas