Como estrelas no ceu
DEUSELINA DIAS DA SILVA
RESENHA:
EDUCAR O SOBERANO: CRÍTICA AO ILUMINISMO PEDAGÓGICO DE ONTEM E HOJE
GOIANIRA
2011
RESENHA
TAMARIT, José. Educar o soberano: crítica ao iluminismo pedagógico de ontem e hoje. Tradução, apresentação e notas complementares José Eustáquio Romão. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1999 (Coleção Prospectiva, vol. 2).
Tamarit (1999) inicia seu texto mostrando como, em especial, a década de 80 foi povoada por uma esperança utópica de que a educação fosse ser a fonte de formatação ou o meio de concretização da democracia, e como essa esperança caiu por terra mediante o panorama político dominado pelos ajustes do FMI. Para o autor a realidade se mostrou mais ajustada ao ideário político da época, do que aos sonhos de liberdade e democracia, o que ajustou o sistema de ensino, bem como as políticas econômicas e sociais aos mandos do FMI. Para compreender esse panorama social e político Tamarit (1999) retorna dos ideais iluministas, mostrando ode onde advém a ideia de dominante e dominado. Para ele o iluminismo foi o precursor dessa ideia, pois ao mesmo tempo em que pregava a liberdade, a igualdade e fraternidade, ele preconiza a divisão da população entre os que tinham razão e a massa da população que eram sem razão ou não-ilustrados. Nesse sentido “o Iluminismo, simultaneamente humanista e aristocratizante, elitista e filantrópico, propôs-se a levar as luzes da razão ao povo” (TAMARIT, 1999, p. 107). Além disso, o Iluminismo buscaria na sociedade europeia o padrão de razão e o homem ilustrado é aquele “que tem condição” e para Voltaire o resto da população era a “multidas rorcina”. Assim inaugurava-se a noção de que o “povo” sempre terá seus limites, criando um distanciamento entre a cultura da elite e cultura popular. Segundo o texto, o Iluminismo veio combater as trevas advindas do feudalismo e