COMO AS CADEIRAS SE COMPORTAM ERGONOMIA

COMO AS CADEIRAS SE COMPORTAM
Ralph Caplan
Elas nos maltratam, nos divertem, falam por nós, e nos controlam. Nenhum outro animal precisa delas, mas elas são a primeira coisa de que necessitamos quando realmente não precisamos fazer nada.
Alguns anos atrás uma amiga elogiou uma cadeira que lhe pertencia, dizendo que era “uma cadeira ótima de se sentar”. Na hora este comentário me pareceu estranho.
Sentar, pensei, é a única coisa para que servem as cadeiras. Mas é claro que não.
A função de uma cadeira pode ser a de ocupar um canto, enfeitar uma sala, acompanhar uma mesa, organizar o espaço, impressionar pessoas, diminuir pessoas, intimidar ou acolher alguém. Ou – considere a cadeira do dentista, a cadeira do barbeiro e a do salão de beleza, a cadeira elétrica – manter as pessoas no lugar enquanto algo está sendo feito para elas.
Mesmo quando a função de uma cadeira é a de sentar, há uma variação considerável em como esta exigência é atendida: uma cadeira pode ser projetada para um sentar elegante, um sentar demorado, para um sentar breve, para um sentar calculadamente desconfortável, para “marcar lugares à mesa”, o que significa um sentar desconfortável em grupos numerosos. Mesmo as cadeiras projetadas simplesmente para funcionar como assento, são usadas para muitas outras coisas. Fazer exercícios. Jogar. Secar roupas. Fazer amor. Mudar lâmpadas.
A verdadeira função de uma cadeira é muitas vezes simbólica. Como a princípio, somente os poderosos as possuíam, a cadeira – diferentemente, digamos, de carros, relógios e sapatos Gucci – pode realmente ter iniciado sua vida como um símbolo de status.
Se a casa de um homem é o seu castelo, a sua cadeira é o seu trono. (A cadeira de uma mulher ainda possui menor significado, ao menos que ela seja mais idosa). As regras, segundo Archie
Bunnier, são estabelecidas com maior autoridade a partir do centro nervoso da família: em sua confortável poltrona cativa. A cadeira de diretor, de lona, é prática por poder ser dobrada e