COMMUNIO SUB UNA

Sistemática III
Fernando Bitencourt
“COMMUNIO SUB UNA” E “SUB UTRAQUE”

A melhor diferença entre Lutero e os Boêmios nas suas atitudes sobre a questão do cálice para os leigos. Em seu tratado sobre o “Bendito Sacramento” Lutero admite que a retenção do cálice não está certa. Contudo, ele não pensa que isso invalida o sacramento. “pois esse sacramento significa a completa união e invisível comunhão dos santos... e isso é indicado de maneira podre e inadequada por apenas uma parte do sacramento”. Mas o sacramento permanece válido mesmo se é dado aos leigos apenas sob uma espécie: apesar de atualmente as duas espécies não serem dados ao povo diariamente, como antigamente, nem isso é necessário, entretanto, os sacerdotes participam dele diariamente À vista do povo, e é suficiente que o povo sinta o desejo de participar diariamente e receber uma espécie na época própria, assim como desejo da Igreja Cristã ordena e oferece. Lutero foi atacado como adepto da heresia dos boêmios. Ele novamente enfatiza a comunhão sob ambas as espécies como sendo conforme a instituição de Cristo e o costume da Igreja por muitos séculos. Os boêmios estavam certos ao exigi-la e não podiam ser denominados heréticos por causa de sua reinvindicação. Ambos pecaram segundo Lutero, a Igreja Romana ao declarar que os boêmios são hereges apesar de já ter o concílio de Basiléia concedido o cálice a eles, e os boêmios pela insistência do cálice. A maneira que Lutero se detém para tratar longamente do cisma boêmio parece indicar que as doutrinas dos boêmios e sua relação com Igreja Romana ocupavam sua mente de modo considerável. Lutero nunca se coloca ao lado Huss e seus seguidores. Sobre isso Lutero diz “não desejo... transformar João Huss em santo ou mártir, como fizeram alguns dos boêmios, apesar de eu confessar a injustiça que foi cometida contra ele e que seus livros e doutrinas foram condenados injustamente.” Para Lutero reside o fato de que os boêmios, que insistem no cálice, não são