Santo augustinho
(De Civitate Dei)
Pedro Paulo Alves dos Santos85
Os Imperadores pensavam conjurar o destino ao trocar os deuses tutelares, que haviam falhado, pelo Deus novo dos cristãos. A renovação constantiniana parece justificar todas as expectativas: sob a égide de Cristo a prosperidade e a paz parecem voltar.
Tratou-se apenas de uma breve recuperação, e o Cristianismo era um falso aliado de Roma. Para a Igreja, as estruturas romanas representam apenas um modelo, uma base de apoio, um instrumento para se afirmar (LE GOFF, 2005: 21).
O estudo sobre a ‘fortuna’ de ‘De Civitate Dei’ de Santo Agostinho no contexto do
‘medo’ (DELUMEAU, 2004) se inscreve na trajetória consagrada de autores que renovaram a historiografia dos séculos V-XV, denominado como ‘medieval’. Esta renovação permitiu a redescoberta de valores, características e modelos culturais que ‘refrescaram’ a memória dos ‘preconceitos’ gerados pelo denegrimento desta etapa da história européia e humana, em particular, aquela Ocidental (Cf. GURIÊVITCH, 2003).
As raízes cristãs do ocidente (Cf. LE GOFF, 2007) podem assim, ser resgatadas para uma análise mais apropriada de seu papel decisivo na construção da identidade ocidental.
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Prof. Dr. Pe. Pedro Paulo Alves dos Santos. Pós-Doutorando em Estudos de Literatura - PUC-RIO. Doutor em Teologia Bíblica - PUG - Roma (1997). Doutor em Estudos Literários - PUC - Rio (2006). Professor do
Programa de Pós-Graduação do departamento de Teologia -PUC-RIO. (1997-2003). Editor Brasileiro da
Revista 'Communio' (2002-2006). Avaliador do MEC/SINAES (2006). Assessor Científico "Ad Hoc" da EDUEL.
Membro da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos. (SBEC). Membro da Associação Brasileira de Literatura
Comparada.(ABRALIC). Faculdade de Letras - UNESA (Estácio de Sá). Email: pepedroalves@yahoo.com.br.
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Entre os ‘ícones’ históricos deste resgate está o inconfundível Santo Agostinho: ‘Depois de
São