Comissão da verdade
A comissão pretende esclarecer as violações dos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1985, centrando o trabalho a partir de 1964. Não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu. Buscamos, sobretudo, superar o passado, e não reabrir feridas supostamente já cicatrizadas. Para isso, não basta simplesmente negar ou esquecer os acontecimentos. É preciso conhecer a verdade em sua plenitude pois só assim a pacificação e a reconciliação nacional serão possíveis. O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo a cada dia.
É impossível uma história sem voz. E quem dá voz à essa história são homens e mulheres sem medo de conhecer a verdade. A instalação desta comissão significa um passo relevante para a consolidação da sociedade democrática brasileira, virando uma página dolorosa de nossa história na qual os direitos públicos foram suprimidos. Como disse o ex-presidente Lula, “é importante lembrar que foi a única Comissão da Verdade no mundo que surgiu de baixo para cima, do povo para o povo".
Apesar de alguns ativistas afirmarem que a Comissão não fará justiça, é preciso deixar claro que não é papel da Comissão punir ou processar responsáveis por crimes. Sendo assim, a Lei de Anistia