Comentario cap2 sergio adorno aprendizes do poder

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CAPÍTULO 2
A Academia de Direito de São Paulo no Projeto de Construção do Estado Nacional

A criação do Estado Nacional exigiu a formação de um corpo burocrático. Nesse contexto, os cursos jurídicos no Brasil seguiram a tendência liberal então vigente e o Estado erigiu-se como um Estado de magistrados, parlamentares e funcionários de formação profissional jurídica, que passou a ser a figura central mediadora entre interesses privados e públicos. Os principais cargos do judiciário, legislativo e executivo passaram a ser ocupados por esse profissional.

A profissionalização da política, iniciada na academia de direito, foi determinada pelo bacharel, que encontrou nas teses liberais o ponto de convergência para uma consciência nacionalista e a rearticulação das elites. Esse profissional se desenvolveu em uma agitada vida acadêmica, que teve no jornalismo seu maior instrumento de luta, tendo sido disciplinado, moral e politicamente, segundo princípios liberais.

Esse processo, entre a criação dos cursos e 1880, serve para compreender as raízes da burocratização estatal. No Largo do São Francisco não existia um efetivo ensino jurídico, mas era celeiro de um “mandarinato imperial” de bacharéis.

São Paulo, nesse período, possuía cerca de 15.000 habitantes e seus serviços públicos eram precários. A cidade parecia viver às expensas da vida acadêmica, que contrastava com situação de penúria da cidade.

Tanto a academia de Direito de São Paulo quanto a de Recife surgiram pela necessidade de formação de quadros para o Estado, recém “libertado” do colonialismo português e a prevalência do ideal de liberdade sobre o de igualdade reproduziu-se na formação dos

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