Colômbia
Pretendo desenvolver neste artigo três aspectos relacionados ao fenômeno do surgimento e da consolidação do narcoterrorismo na Colômbia: o econômico, o político e o cultural. Tentarei mostrar as perspectivas que restam aos colombianos neste início de milênio, para superarem a guerra que os narcos declararam ao Estado e encontrarem os caminhos da convivência pacífica, num país que ao longo do século XIX sofreu 65 guerras civis e que ao longo do século passado e no início deste experimenta o segundo conflito interno, tendo vivido em estado de sítio praticamente ao longo dos últimos 40 anos. Concluirei refletindo acerca dos riscos que decorrem da situação colombiana para o Brasil.Há décadas a Colômbia vive um quadro de verdadeira guerra civil, com confrontos entre governo, grupos guerrilheiros de esquerda, paramilitares de direita e narcotraficantes. Em virtude disso, Cerca de 3 milhões de pessoas deixaram suas casas e terras, buscando refúgio nas periferias das grandes cidades, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados e aproximadamente de 40 mil pessoas já morreram apenas na última década de conflito ininterrupto. As guerrilhas de esquerda, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com um contingente estimado em 15 mil homens, e o Exército de Libertação Nacional (ELN), com aproximadamente 5 mil guerrilheiros, controlam mais de 40% do território