Coluna da arte
(sexta-feira - 10 de agosto de 2001)
Os imigrantes que vieram para o Rio Grande do Sul (inicialmente as levas do início do século XIX, logo após a Independência do Brasil, por influência direta da Imperatriz Dna. Leopoldina; e posteriormente no contexto das políticas de colonização do final do século XIX, estimuladas pela necessidade de nova mão de obra que substituísse a força da escravidão, em vias de se extinguir) portavam a herança de um conhecimento secular, desde as suas terras de origem.
Após a vinda dos açorianos (de origem portuguesa) que formaram os primeiros núcleos urbanos junto ao litoral gaúcho e sobre as planícies irrigadas mais acessíveis da região, os primeiros imigrantes ao Sul foram os alemães, provenientes das áreas mais urbanas próximas à Áustria, seguidos pela chegada de novos grupos procedentes das regiões rurais do vale do Reno. Estes imigrantes de origem prussiana, bávara e austríaca ocuparam regiões dos vales dos rios dos Sinos, Caí e as primeiras encostas das regiões serranas gaúchas. Dentro deste cenário logo incluíram-se as imigrações italianas a quem foram destinadas as escarpadas e úmidas regiões da serra, em meados e final do século XIX.
Eles trouxeram algumas poucas ferramentas e outros tantos objetos de uso doméstico, uma férrea vontade de trabalhar e a ambição de crescer integrando-se ao novo mundo (ambiente que, em certos momentos, mostrou-se-lhes áspero, preconceituoso e até mesmo hostil) onde havia a necessidade de muita coisa e, literalmente tudo a fazer.
Foram imigrantes pobres, de pouquissimas posses, com carências culturais significativas, crenças religiosas diferenciadas, falando e escrevendo em idiomas estranhos e que chegavam identificados como mão de obra barata. Isso foi motivo de inúmeros e graves conflitos nas regiões em que se instalaram, com habitantes anteriormente ali localizados, com seus preconceitos e hábitos arraigados; e pelo choque cultural inevitável que atingiu a todos e