Colmeia Digital
Heinrich Hertz, em 1889, foi o pioneiro na transmissão de códigos pelo ar, a pesquisa sobre a comutação de pacotes começou na década de 1960 e o primeiro "computador pessoal" foi o Kenbak-1, lançado em 1971. De lá para cá, tivemos um desenvolvimento exponencial vertiginoso da tecnologia digital. Tal desenvolvimento nos trouxe grandes possibilidades, facilidades e feitos espetaculares, mas também nos leva à novas escravidões, dificuldades e terríveis invasões de privacidade. Aparatos de alta tecnologia são vendidas, impostas ou até dada de graça todos os dias à pessoas comuns, sempre com argumentos que mostram seus benefícios. Mas até onde devemos nos entregar à tecnologia?
Sabemos de todos os benefícios que a alta tecnologia nos proporciona, porém geralmente não nos contam seus problemas. Síndrome do Estresse Computacional, deficiência de sono e hábitos sedentários, queda do rendimento escolar e talvez o pior de todos os aspectos: tudo acontece muito mais rápido. Todo tipo de informação pode nos alcançar em questão de milissegundos, o que nos faz ter que pensar e tomar decisões cada vez mais rápidas, que por diversas vezes nos induz ao erros e à estafa.
Pessoas cada vez mais dependentes de equipamentos de alta tecnologia e profissionais altamente especializados são cada vez mais comuns. Estamos vivendo uma era de escravidão, quando quem não fizer uso de tais tecnologias é excluído e massacrado e quem se deixa hipnotizar por elas é aceito em troca da vontade própria.
O mundo não é um videojogo, com vidas infinitas e prêmios incríveis, onde tudo parece tão fácil, que acabamos por fazer o que não faríamos. Por ser tudo tão rápido, tomamos as decisões que nos são subliminarmente empurradas pela goela. A tecnologia nos conecta como abelhas em uma colmeia, onde só a abelha rainha come a geleia real e é a única com forças e tempo para pensar em como conectar mais e mais abelhas para fazer seu trabalho.
- Ortiz Araujo