Coflaçãp

2316 palavras 10 páginas
CONFLITO DISTRIBUTIVO E INFLAÇÃO DE CUSTOS
Franklin Serrano
IE-UFRJ
Julho 2002

I) Inflação de demanda e inflação de custo
Na teoria neoclássica a demanda efetiva só pode ter relevância no curto prazo pois no longo se supõe existir um mecanismo automático da oferta agregada gerar sua própria demanda, pelo ajuste dos preços e salários nominais. Dessa forma a curva de oferta agregada, pelo menos no longo prazo, é vertical ao nível do produto potencial, pois enquanto a economia estiver fora deste ponto os preços e salários nominais estarão variando. Nas apostilas passadas inicialmente rejeitamos a existência de uma curva de demanda agregada bem comportada e vimos que em uma economia monetária o problema de demanda efetiva ocorre mesmo no longo prazo. A seguir vimos que o mecanismo que de fato ocorre no longo prazo é o ajuste do produto de plena capacidade à tendência da demanda efetiva, uma vez que a capacidade ociosa não planejada , quando se torna muito grande, leva sempre a uma redução do ritmo do investimento.
Como no curto prazo existem substanciais margens de capacidade ociosa planejada e no longo prazo a própria capacidade tende a acompanhar o crescimento da demanda , na prática não é comum a economia capitalista ter uma restrição macroeconômica rígida pelo lado da oferta. Dessa forma, os preços não podem ser flexíveis, determinados pela interseção da curva de demanda agregada "bem comportada" com a curva de oferta agregada vertical de plena capacidade uma vez que : i) a curva de demanda agregada não

1

tem porque ser "bem comportada" e ii) o próprio produto potencial não é fixo e independente da tendência da demanda efetiva .
Temos então que procurar um outro tipo de teoria para a determinação dos níveis de preço e , consequentemente, também para a inflação.
Para os neoclássicos a inflação persistente é sempre em última análise explicada por um excesso de demanda agregada, mesmo quando aparentemente é de custo. Por exemplo,

Relacionados