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“Folheto”, “livrinho de feira”, “livro de histórias matutas”, “romance”, “folhinhas”,
“livrinhos”, “livrozinho ou livrinho véio”, “livro de história antiga”, “livro de poesias matutas”,
“foieto antigo”, “folheto de história de matuto”, “poesias matutas”, “histórias de João Grilo”,
“leitura e literatura de cordel”, história de João Martins de Athayde” ou simplesmente “livro”.
Essas foram algumas denominações que os leitores, leitoras, ouvintes e vendedores que entrevistei utilizaram para designar o que os estudos acadêmicos brasileiros sobre o tema renomearam e difundiram por todo o País, como literatura de cordel. (GALVÃO, 2006, p.26 e
27).
Esse singular meio de comunicação de massa, surgido na Península Ibérica e trazido para o Nordeste do Brasil pelo colonizador europeu, floresceu aqui, segundo os pesquisadores mais autorizados, em fins do século XIX, através dos pioneiros Hugolino do Sabugi, Silvino Pirauá de
Lima e Leandro Gomes de Barros, este último responsável pela sua projeção comercial nas primeiras décadas do século XX. Durante muito tempo, foi o único veículo de comunicação de que dispunham as populações rurais, antes do surgimento do rádio. O nome Literatura de Cordel vem de Portugal, onde os folhetos eram expostos pendurados em barbantes (cordões ou cordéis).
No Nordeste brasileiro, o termo cordel gerou alguma polêmica quando passou a ser utilizado, mas hoje é largamente aceito. (VIANA, 2006, p.30)
Merece fazermos uma referência especial a Leandro Gomes de Barros (1865-1918), ao qual é atribuído o início da impressão sistemática das histórias rimadas em folhetos. O primeiro deles, localizado, foi impresso em 1893, momento em que se multiplicavam as tipografias em todo o País. Leandro teria, pois, começado a escrever folhetos em 1889 e imprimi-los em 1893. A partir de 1909, já estabelecido no Recife, Leandro passou a viver exclusivamente da produção e venda dos folhetos, tornando-se ao mesmo tempo, editor e