Clareamento Gengival: Ensino e Etnocentrismo
O presente artigo discute a relação entre padrões de estética bucal, focalizando no clareamento gengival e sua relação com o etnocetrismo. Rocha (1984) define etnocentrismo como “uma visão de mundo onde nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nosso modelos, nossas definições, do que é existência”. Nessa perspectiva, os autores do referente trabalho partem para uma análise sobre a atuação profissional e no ensino da odontologia.
O etnocentrismo pode ser confundido com racismo e apesar de não serem a mesma coisa, o primeiro pode evoluir para o segundo. O autor faz um resgate de como o racismo vêm sendo tratado no Brasil, mascarado por uma falsa democracia racial o que subsidia a ideologia do embranquecimento, ou seja, o branco como padrão de beleza a ser alcançado.
A negação do racismo e a valorização e busca pelos padrões de beleza do branco se inserem na formação do clareamento gengival como uma técnica resultante dos avanços na odontologia e não como uma prática que pode ajudar a reforçar o racismo. Nesse sentido é importante considerar também que a percepção de beleza não é apenas individual, mas sim baseada em uma referência cultural.
Ainda introduzindo o artigo, Bolla, 2010, faz uma importante crítica à formação em odontologia que tem sido pautada apenas na técnica e muito pouco na sua dimensão humana e crítica.
A metodologia utilizada pelos autores se constituiu de análise documental e de entrevista semi-estruturada aplicada em cirurgiões-dentistas com graduação concluída há dez anos ou mais.
O resultado e a discussão apontaram para uma supervalorização da técnica em detrimento da estética da população negra, que aponta para a unicidade do padrão de beleza branca, tão forte que se observa a patologização da diferença. Sobre a formação, foram encontradas evidências nos livros analisados que