Ciências da natureza
Com a eliminação da noção de erro, muitos entendem que então vale tudo. Não é bem assim, é que em termos de língua, tudo vale alguma coisa. O que devemos entender é que a maneira de falar vai depender de vários fatores. É preciso encontrar o ponto de equilíbrio entre a adequabilidade e a aceitabilidade, tanto na modalidade oral como na escrita, tudo vai depender da situação de uso da língua em que nos encontramos. É totalmente inadequado, por exemplo, fazer uma palestra num congresso científico usando gíria, o público dificilmente aceitará isso; mas se o objetivo do palestrante for chocar os ouvintes, aquela linguagem será adequada.
A paranoia ortográfica
A atitude tradicional do professor de português, ao receber um texto produzido por um aluno, é procurar imediatamente os erros, direcionar toda a sua atenção para a localização e erradicação do que está incorreto. É uma preocupação quase exclusiva com a forma, pouco importando o que haja ali de conteúdo. Saber ortografia não tem nada a ver com saber a língua, pois são dois tipos diferentes de conhecimento, e a ortografia não faz parte das regras de funcionamento da língua.
Portanto, precisa-se abandonar a ideia de que quem escreve “tudo errado” é um ignorante da língua. O aprendizado da ortografia se faz pelo contato frequente com textos bem escritos, e não com regras mal elaboradas. Ao lermos um texto escrito por alguém, deve-se primeiro dar valor ao que ele está querendo dizer, para só depois nos deter em como ele está dizendo.
Subvertendo o preconceito linguístico
É preciso reconhecer que o preconceito linguístico continua muito forte, e nada vai mudar se a sociedade na qual estamos inseridos não tiver significativas mudanças. Mas podemos tomar algumas atitudes contra o preconceito linguístico.
Em primeiro lugar é preciso que nos tornemos pessoas críticas e investigadoras de nosso próprio conhecimento linguístico, deixando de lado a atitude repetidora, e passando para uma