Ciência clássica
Ciência moderna (a partir do século XVII)
Separação e hierarquia entre teoria e técnica – vale lembrar que técnica é diferente de prática, ou seja, a teoria antiga era desvinculada da técnica, mas referência para a prática social, política, religiosa, moral
Indissociável relação entre teoria e técnica. A técnica, como aplicação da teoria, é chamada de tecnologia.
POR QUÊ? pergunta para além da descrição dos fenômenos (juízos de realidade), em busca da sua origem primeira e de sua finalidade humana (juízos de valor).
A redução do “por quê?” ao “como?”
Descrição dos fenômenos em linguagem matemática (juízos de realidade), de forma que a explicação se converta em controle e manipulação da natureza através da tecnologia.
Busca de uma visão de totalidade.
Renúncia a uma perspectiva de totalidade através da especialização
Método: dedução (entender a realidade a partir de princípios gerais)
[Já a técnica da antiguidade, que era uma atividade considerada inferior à ciência, tinha como método a indução (tentativa de criar algumas regras gerais sobre como fazer coisas a partir dos resultados observados: “ensaio e erro”)].
Método:
1 – Invenção da hipótese: imaginação, fantasia (em outras palavras: não há métodos para a invenção).
2 – dedução experimental – uma vez inventada a hipótese, esse método é usado para a sua verificação (forma válida quando hipóteses são negadas e forma não-válida quando hipóteses são aceitas)
PROBLEMA: Ao reduzir o “por quê?” ao “como?” e renunciar a uma visão de totalidade, a ciência moderna se recusa a enunciar juízos de valor.
Por isso é que, diferentemente do que se acreditou, a filosofia não pode ser dispensada a partir do êxito da ciência, porque ainda é ela o único saber racional que pretende uma visão de totalidade, que pretende entender o significado humano da ciência e da tecnologia e propor uma reflexão ética.