citações monteiro josé lemos
“A ideia de que existem formas linguísticas corretas e, logicamente, formas erradas parece ser tão antiga quanto as primeiras reflexões sobre a linguagem humana.” (MONTEIRO, 1999, p.32).
“O conceito de erro para essa concepção gramatical deixa de levar em conta vários fatores, entre os quais se evidenciam os seguintes: a) o uso oral é intrinsecamente distinto do escrito, desde que ninguém fala como escreve ou vice-versa; b) cada uso, oral ou escrito, é influenciado pela situação comunicativa; c) a norma literária representa apenas uma das possíveis formas de realização do sistema lingüístico; d) uma vez que as variações e mudanças são inerentes à língua, a própria norma literária está longe de ser homogênea.” (MONTEIRO, 1999, p.32).
“... o errado é o modo de falar não aprovado pela elite dominante ou o que pertence ao domínio das classes desfavorecidas.” (MONTEIRO, 1999, p.32).
“... o erro gramatical na prática não existe, pois em última análise o que se condena no uso da língua ou são variantes populares estigmatizadas ou construções pouco freqüentes mas possíveis.” (MONTEIRO, 1999, p.32).
“O mais curioso é que essa concepção de erro não equivale necessariamente à de desvio.” (MONTEIRO, 1999, p.32).
“Na realidade, além do desvio ocasionado pelo desconhecimento da norma ou por fatores de ordem psicobiológica, como o cansaço, a pressa e os lapsos de memória, há o desvio expressivo ou intencional, ...” (MONTEIRO, 1999, p.32).
“Ao chamado erro sempre se atribui uma conotação negativa, associado que é ao despreparo, descaso ou até mesmo falta de amor e respeito à língua materna. Como se os indivíduos que não têm acesso a um bom nível de escolaridade fossem culpados por se expressarem de modo diferente.” (MONTEIRO, 1999, p.32)
“Há uma forte ironia por trás disso tudo: as pessoas que pertencem às classes desfavorecidas não têm o