Cinema
Embora ainda muito seminal, é cada vez mais comum a utilização do cinema como fonte histórica. Isso vem ocorrendo de forma lenta, porém progressiva, dentro do meio acadêmico. Não é necessário ser profundo conhecedor da chamada sétima arte para perceber a sua crescente importância desde a primeira exibição pública de A chegada do trem na estação Ciotat e A saída dos operários das usinas Lumière, em 1895, pelos irmãos Lumière, até os lançamentos dos chamados “blockbusters” atuais, filmes de grandes orçamentos que levam milhões às salas escuras, lançando mão de tecnologia cada vez mais apurada, como é possível perceber, atualmente, com a cada vez mais crescente utilização do 3D. Seja culturalmente ou mercadologicamente, nesses mais de cem anos, o cinema, com o desenvolvimento da tecnologia, de novas convenções dentro da sua linguagem e buscando de aproximar cada vez mais do espectador, enfrentou as ameaças da TV, do videocassete, do DVD, o que, para muitos, determinariam o seu fim. Jean-Claude Carrière diz que “durante todo esse curto percurso, a linguagem cinematográfica se expandiu constantemente, se modificou, se adaptou à inconstância dos gostos. Uma evolução fundamental, pois as formas que apenas se repetem morrem rapidamente de esclerose.”1
Essa arte secular, que se renova de tempos em tempos, não passaria incólume por todo esse período no que tange à sua importância também para o conhecimento histórico. Se a sua linguagem e tecnologia são resultados de mudanças operadas na sociedade, o seu produto final, ou seja, o filme propriamente dito, e as suas temáticas, também devem ser vistos como consequência da forma de pensar da sociedade que o produziu. É dessa forma, portanto, que é possível utilizar as produções cinematográficas como fontes históricas com a possibilidade de entender a sociedade que as produziu. Neste contexto, é importante salientar que tanto o filme documentário quanto o de ficção podem ser utilizados na análise da sociedade