cildo meireles
Tiradentes - Totem-monumento ao Preso Político (1970),
Inserções em Circuito Ideológicos: Projeto Coca-cola (1970) e Quem Matou Herzog? (1975).
No caso da obra Quem Matou Herzog? (1975), Cildo Meireles carimbou várias notas de um cruzeiro com a frase: “Quem matou Herzog?”.
Vladimir Herzog era um jornalista militante do Partido Comunista Brasileiro que foi chamado pelos militares para um interrogatório e nunca mais voltou. Segundo os militares ele havia se suicidado, mas estava bem claro que ele havia sido torturado até a morte.
Com a pergunta carimbada nas notas, Cildo fez com que sua indignação e seu protesto passasse de mão em mão sem sofrer qualquer tipo de repressão. Uma mensagem explícita, ainda que anônima, de sua visão da arte enquanto meio de democratização da informação e da sociedade. Motivo pelo qual costumava gravar em seus trabalhos deste período a frase: “a reprodução dessa peça é livre e aberta a toda e qualquer pessoa”, ressaltando a problemática do direito privado, do mercado e da elitização da arte. Foi assim também com o Projeto Coca-Cola, no qual Cildo imprimia em branco nas garrafas retornáveis de Coca-Cola frases de caráter crítico- ideológico, informações, opiniões críticas, a fim de devolvê-las à circulação como, por exemplo, “yankees, go home!”. Estas garrafas iam para fábrica, eram reabastecidas e depois vendidas, e estas frases desta forma iam circulando livremente. Utiliza-se o processo de decalque (silk-screen) com tinta branca vitrificada, que não aparece quando a garrafa está vazia e sim quando cheia, pois então fica visível a inscrição contra o fundo escuro do liquido Coca-Cola.
Totem-monumento ao Preso Político (1970)
(não encontrei imagem que dessa)
Cildo executou uma ação realmente inesperada: diante de uma platéia atônita, o artista amarrou dez galinhas a uma estaca de madeira e, depois de encharcá-las com gasolina, incendiou-as vivas, num ritual público de grande crueldade. Esta