Cildo Meireles
Aracy Amaral, crítica e curadora de arte, perpassa em alguns de seus textos os embates sobre identidade no contexto da América Latina. Começando por essa necessidade quase natural de haver um encaixe do artista local em um “grupo”, uma categoria especifica, que completa seus “atributos”, nunca o apresentando apenas como artista, mas sim, artista latino americano. Generalização que não há com artistas de países europeus, que mesmo com a proximidade de fronteiras e o livre transito de conceitos e técnicas artísticas, não são tratados como unidade. Essa generalização, muitas vezes equivocada e repleta de preconceitos, trás uma verdade implícita: existe, sim, traços de semelhanças entre os artistas do continente.
Sendo a arte um reflexo do meio, não podemos trata-la como tema isolado e independente, que só responde a questionamentos sobre seu universo. Como expressão contemporânea, já não cabe técnica como única finalidade, nem a retratação ou a simples simbolização como registro. Ela deve ser movimentadora ou impulsionadora, questionando ou apresentando por outros caminhos a temática que trata. Seja o micro ou o macro, o individuo e sua dubiedade psíquica e filosófica ou a sociedade e suas categorias de organização, como Estado, politica e cultura. A arte contemporânea não é e não deve ser gratuita ou “decorativa”.
Filhos de exploradores estrangeiros e de nativos massacrados e injustiçados, com