Ciencias
Luana
Genética da conservação aplicada ao tráfico ilegal de aves O Brasil possui uma extraordinária biodiversidade, apresentando o maior número de espécies conhecidas de mamíferos, peixes dulcícolas, anfíbios e plantas superiores. Além disso, abriga uma das mais diversas avifaunas do mundo, sendo o número de espécies estimado em cerca 1.800. Entretanto a captura e o comercio ilegal de aves silvestres e a destruição dos habitats já contribuem extensivamente para a ameaça de varias espécies de aves ou populações encontradas no Brasil.
Estima-se que o comércio ilegal de animais silvestres movimente anualmente de 10 a 20 bilhões de dólares no mundo, sendo considerado a terceira maior atividade ilegal, após os tráficos de armas e narcóticos. Devido especialmente a sua grande biodiversidade, o Brasil é responsável por cerca de 10 a 15% do valor total mundial do tráfico de animais silvestres.
Entre os diversos animais que têm sido envolvidos em crimes ambientais no país e apreendidos por órgãos de fiscalização, as aves compreendem um dos grupos mais atingidos, especialmente devido a seu alto valor de mercado associado ao canto e ao exuberante colorido das penas. Estima-se que as aves correspondam a 80% das espécies mais associadas ao tráfico ilegal.
É neste contexto que surge uma ciência relativamente nova conhecida como biologia da conservação. Inserida no contexto da biologia da conservação, encontra-se o campo da genética da conservação, cujos estudos baseiam-se atualmente, sobretudo em análises moleculares.
A identificação e caracterização de marcadores do genoma nuclear iniciou-se com análises de polimorfismos de comprimento de fragmentos de DNA, obtidos por meio do tratamento do DNA com enzimas de restrição, gerando padrões de RFLP (Restriction Fragment Lenght Polymorphism)22. Adicionalmente, a PCR (Polymerase Chain Reaction)23 permitiu a descrição de outros marcadores moleculares, incluindo classes