Ciencias
Os vídeos debate a matriz discursiva da Amazônia e o desenvolvimento sustentável que ignora conflitos de classes sociais e o território. Procura mostrar como a problemática ambiental, que remete as contradições de classe para o conflito entre gerações e os conflitos de apropriação do território, das riquezas naturais, para a biosfera. Aponta a importância de compreender os deslocamentos discursivos: dos conflitos de classes para os conflitos entre gerações; da natureza apropriada privadamente para a natureza como bem comum.
Não podemos negar o desenvolvimento econômico, até seria hipocrisia fazê-lo, já que utilizamos elementos dele no nosso dia-a-dia, mas este deve ocorrer com sustentabilidade, não de forma impensada, conduzindo ao desconforto das comunidades afetadas tirando-as do seu espaço, relocalizando-as em ambientes que para elas são desagradáveis em virtude das suas tradições, do seu apego ao solo convertido por eles em sagrado tanto pelo amor ao seu espaço original. Remover essas pessoas da margem do rio para um ambiente totalmente construído é o mesmo que enclausurá-las. Os responsáveis pelos projetos das Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau teriam ouvido as comunidades indígenas e ribeirinhas de forma satisfatória? Tanto não o foram que algumas delas continuam a expressando o seu descontentamento com tal empreendimento num manifesto assinado pelo MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), além disso, nos leva a um contexto mais profundo acerca dos afetados diretamente: isso também ocorre com o rio Madeira e suas margens também deixarão de atender ribeirinhos, indígenas e a população de Porto Velho com água, peixes, sedimentos e vida para se tornar um rio-mercadoria. Precisamos de energia, porém devemos manter o equilíbrio ambiental e social. Por exemplo, a instalação da Usina de Tucuruí trouxe vários benefícios, “ mas o preço da energia que se paga aqui no Pará é uma das mais caras do país”. Vale