ciencias sociais
Tratemos dos grandes clubes europeus, os mais sólidos economicamente. Pois poucos são lucrativos. Mesmo entre estes, os lucros caíram muito nos últimos anos. O Manchester United, considerado o time mais rico do mundo, faturamento de US$ 200 milhões/ano, tem ações em bolsa de valores. Há dois anos, seu valor de mercado alcançava US$ 1,4 bilhão. Hoje, caiu para pouco mais de US$ 400 milhões. O Real Madrid, eleito pela Fifa como o clube do século 20, afundou-se numa dívida de US$ 430 milhões, da qual só escapou com a venda de seu centro de treinamento no centro da capital espanhola. Com uma pequena ajuda da prefeitura, que mudou regras de zoneamento para ampliar as possibilidades de construção no local e valorizar o terreno. ual o problema com esses dois clubes? Os gastos excessivos com a contratação e salários dos jogadores. O Real Madrid fez a mais cara contratação da história do futebol: US$ 64 milhões por Zidane. E o craque ganha perto de US$ 1 milhão por mês, algo parecido com o salário de Beckham, do Manchester. Vale a pena pagar todo esse dinheiro? Vale. Segundo um estudo da consultoria britânica Deloitte Touche Sports, citado na última edição da revista The Economist, os clubes que pagam os mais altos salários são justamente os que obtêm os melhores resultados. É verdade que às vezes falha e um clube menor leva a taça. O próprio Real Madrid, que montou um supertime para o ano de seu centenário, com o declarado objetivo de ganhar tudo – o campeonato espanhol, a Copa do Rei e Copa dos Campeões da Europa – levou “apenas” este último título (e com um golaço de Zidane, após cruzamento de Roberto Carlos, que também está entre os mais bem pagos do mundo). Mas os clubes espanhóis que cresceram também investiram pesado em seus atletas, embora menos que o Real. Em resumo, tirante as exceções, considerando-se prazos mais longos, os times com mais craques e, pois, os mais caros, levam mais – como aliás sabe qualquer comentarista de mesa de