ciencias forenses
A investigação de posse não autorizada ou fora do regime regulatório de qualquer material nuclear ou radioativo é de responsabilidade da área forense nuclear. No Brasil, essa questão é regida por leis nacionais e acordos internacionais. A área surgiu no início dos anos 90, do século passado, a partir da preocupação da comunidade internacional com o desaparecimento de toneladas de material nuclear de países ao redor da extinta União Soviética. Logo em seguida, foram detectadas várias tentativas de comercialização clandestina de parte desses materiais, assim como o interesse de grupos terroristas em adquirir as mesmas. Para o professor Jorge Eduardo de Souza Sarkis (foto), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), a posse não autorizada desses materiais coloca em risco toda a comunidade internacional, tanto pela possibilidade de chantagem, como pelo uso em atentados. “Esse fato é especialmente preocupante considerando que as consequências de dispersão de materiais radioativos no meio ambiente pode causar danos que se perpetuam por anos, décadas ou mesmo séculos. Além do fato de existir, ao redor do mundo, milhares de fontes radioativas utilizadas em diferentes atividades importantes para a sociedade, como medicina, agricultura e indústria”.
O professor lembra que a solução de crimes dessa natureza exige o trabalho conjunto de profissionais de diferentes áreas do conhecimento e tem como base a ciência forense nuclear e a ciência forense clássica. “Atualmente, não existem cursos básicos de formação de profissionais nessa área. O curso de ciência forense nuclear vem sendo, paulatinamente, implantado em países como Estados Unidos, Inglaterra e alguns da Europa. No Brasil, a ciência forense nuclear teve início no IPEN, em 2007, e encontra-se em fase de estruturação havendo, portanto, uma carência muito grande desse tipo de profissional”, enfatiza Sarkis.
O professor Sarkis é formado em Química, pela Universidade Federal