cidadão
Cidadão, segundo o dicionário Houaiss é o indivíduo que, como membro de um Estado, usufrui de direitos civis e políticos garantidos pelo mesmo Estado e desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos; aquele que goza de direitos constitucionais e respeita as liberdades democráticas.
José Murilo de Carvalho, no inicio do capítulo “República e Cidadanias”, de seu livro “Os Bestializados”, nos apresenta assim o período de transição de governo: (...) o fim do Império e o inicio da República foi uma época caracterizada por grande movimentação de ideias, em geral importadas da Europa. Na maioria das vezes, eram ideias mal absorvidas ou de modo parcial e seletivo, resultando em grande confusão ideológica. Liberalismo, positivismo, socialismo, anarquismo misturavam-se e combinavam-se das maneiras mais esdrúxulas na boca e na pena das pessoas mais inesperadas. (Carvalho, J.M. p-42)
A definição de cidadão não ficou de fora desta “confusão ideológica” criada pelas elites brasileiras. O povo foi usado como massa de manobra, declamado pelos republicanos, em seu Manifesto produzido em 1870, como soberano, e que a vontade desse povo teria que estar acima do governo monárquico, mas sem que haja uma convulsão social, a soberania deveria ser imposta por meio das ideias e não da força, pois, não queriam tomar o poder em um país que estivesse em guerra civil.
As armas da discussão, os instrumentos pacificas da liberdade, a revolução moral, os amplos meios do direito, postos ao serviço de uma convicção sincera, bastam, no nosso entender, para a victória da nossa causa, que é a causa do progresso e da grandeza da nossa pátria.
(Manifesto Republicano. p.42-43)
A elite que buscava ter o poder no país atacava o governo com insinuações e acusações que se remetiam a ideia de um país anticonstitucional, de corruptos, com privilégios de religião, raça, sabedoria e posição social. Ao