Os alunos citados, no episódio “cidade dos homens”, possuíam informações e conhecimentos prévios do seu cotidiano. A professora não questionou os alunos, em nenhum momento, sobre o que eles conheciam do tema que ela estava abordando, ela simplesmente passou slides com informações sobre o conteúdo. A aula foi um aglomerado de informações “transmitidas para alunos passivos”, como observamos nas “Orientações Curriculares”, um fato corrente nas aulas de história das escolas brasileiras. Por vezes as crianças tentam interferir, questionando a professora sobre coisas que elas não entendiam, mas eram “podados” por ela que queria “continuar a dar sua aula” e transmitir seu conhecimento, não construindo junto com os alunos o saber. Fica claro que a quantidade de informações, como foi passada aos alunos, acabou dificultando a compreensão, eles nem lembravam da aula passada, até que Acerola, de maneira surpreendente, começa a relacionar o dia a dia dele com o conteúdo passado pela professora e dá um verdadeiro show de explicação, utilizando-se do seu cotidiano de morro, para explicar, da sua maneira, a sobre as invasões Napoleônicas e a vinda da família real para o Brasil. A professora utiliza-se do ensino tradicional da História, tentando transmitir aos educandos fatos históricos que não condizem com a realidade deles, sem ao menos relacionar estes fatos com o cotidiano em que eles vivem. Já Acerola, relaciona aquilo que ele ouviu na aula passada, com o seu cotidiano e, do seu jeito consegue “ensinar” a sala. Ele construiu, a partir do que ele vive, o seu saber sobre a