ciclo da água
Hoje, as tempestades podem surgir em qualquer estação, provocando verdadeiras catástrofes em São Paulo, que tem 1 500 km de rios, boa parte do solo impermeabilizada, construções irregulares, além de ser alvo do grande volume de lixo. O poder público gasta milhões por ano para evitar os estragos. Mas ainda há muito que fazer
SÃO PAULO DA GAROA
Faz tempo que São Paulo é castigada pelas chuvas tropicais. De geografia montanhosa, solo argiloso (difícil de drenar) e cortada por diversos vales e cursos d’água, originalmente a cidade já era propensa à inundação. Para deixar de ser uma vila colonial e acompanhar o progresso dos tempos modernos, teve parte da rede hídrica canalizada, desviada e tampada com ruas e avenidas, e rios represados.
Somando-se isso ao fato de que a capital paulista tem hoje 412,20 km2 de área construída e impermeabilizada, e abriga 11 milhões de habitantes que descartam toneladas de embalagens e detritos nas ruas todos os dias, não é de estranhar que o paulistano sofra tanto com seus danos. O poder público também amarga para administrar os inúmeros fatores que levam ao caos nos dias de tempestade.
Na tentativa de impedir os efeitos maléficos dos temporais, a prefeitura gasta R$ 100 milhões por ano. “A solução, por ser complexa, precisa ser tratada levando-se em conta vários critérios”, explica Marcelo Cardinale Branco, secretário municipal de Infra-Estrutura Urbana e Obras. Segundo ele, para entender a rede hídrica e discutir com a sociedade qual o melhor caminho para os próximos 50 anos, a prefeitura está desenvolvendo um plano diretor específico para a drenagem da cidade, envolvendo diversas secretarias e tipos de profissionais.
ENFRENTANDO AS CHUVAS
A prefeitura defende a cidade das avarias provocadas por esse fenômeno da natureza promovendo e controlando o escoamento das águas e melhorando a permeabilidade do