Choque
I - INTRODUÇÃO
O primeiro passo na abordagem do choque em um paciente traumatizado é reconhecer sua presença. O fator primordial é determinar que o paciente esta em choque antes mesmo da instalação de todos os sinais e sintomas evidentes, ou seja, diagnosticar antes do fato instalado.
Nenhum teste diagnostica imediatamente o choque, assim a clínica é soberana para determinar a presença de perfusão orgânica e de oxigenação teciduais inadequados. Portanto, choque é uma anormalidade do sistema circulatório, que resulta em perfusão orgânica e oxigenação teciduais inadequadas. É importante sabermos o que é fluxo e perfusão:
- Fluxo é o volume de um líquido que passa (circula) por um referencial em função de uma unidade de tempo. No caso específico da circulação refere-se ao volume de sangue que circula por minuto por referencial que pode ser um vaso sangüíneo.
- Perfusão é o termo utilizado para definir fluxo com difusão, ou seja, além da circulação do volume sangüíneo, ocorre a troca de substâncias entre o sangue e a célula, a nível capilar, o que determina a oxigenação tecidual.
O segundo passo na abordagem do choque é identificar a provável causa. Todos os tipos de choques podem estar presentes no traumatizado, inclusive o choque séptico, naqueles casos em que houve demora no atendimento inicial ou lesão despercebida.
O reconhecimento do choque deve ser simultâneo com o tratamento. A hemorragia é a causa mais comum de choque no paciente traumatizado.
FISIOLOGIA
1) METABOLISMO CELULAR
O princípio de Fick faz uma descrição simples dos componentes necessários para a oxigenação das células do organismo:
1. Passagem do oxigênio para as hemácias no pulmão.
2. Chegada das hemácias às células, nos tecidos.
3. Passagem do oxigênio das hemácias para as células, nos tecidos.
Uma parte de todo este processo exige que o doente tenha hemácias suficientes para levar quantidades adequadas de oxigênio às células de todo o organismo.
O tratamento