Choque cultural no Ocidente Bárbaro - Atritos, convivência e trocas culturais entre romanos e bárbaros nos séculos V e VI
- Atritos, convivência e trocas culturais entre romanos e germanos nos séculos V e VI -
Mauricio da Cunha Albuquerque1
Universidade Federal de Pelotas
RESUMO: Este trabalho busca analisar dois casos específicos:1) A reação dos germânicos recém convertidos perante os hábitos da fé cristã a partir dos relatos de São Cesário, o bispo de Arles. 2)A cooperação (consciente ou não) dos limitanei para com o adentramento germânico no Império.
Visando salientar a convivência , ora hostíl ora pacífica, entre romanos e germanos, os atritos decorrentes da diferença cultural e algumas possíveis trocas culturais que teriam ocorrido nestes contatos.
PALAVRAS-CHAVE: QUEDA DE ROMA – BÁRBAROS – ANTIGUIDADE TARDIA
ABSTRACT:
.KEY-WORDS: Fall of Rome – Barbarians – Late Antiquity
1
Mauricio da Cunha Albuquerque, Graduando do curso de História – Licenciatura na Universidade Federal de
Pelotas, UFPEL
1 INTRODUÇÃO
Analisar os últimos séculos do Império Romano, assim como os primeiros da Idade
Média,é uma tarefa que há muito tem gerado polêmicas e controvérsias entre os historiadores, desde que Edward Gibbon escrevera “The History of the Decline and Fall of The Roman
Empire”2 em 1776a historiografia sobre o assunto tivera seu início formal,
sofrendo
transformações a cada geração, culminando com o lançamento de “The World of the Late
Antiquity”(1970) de Peter Brown, onde a visão “catastrofista” começara a ser revisionada com maior ênfase.
Quase dois séculos e meio mais tarde, com o aprimoramento das pesquisas arqueológicos e o surgimento de novas teorias da história, nos é possível observar este período de transição com detalhes que Edward ,assim como muitos de seus posteriores, jamais poderiam visualizar ou imaginar, a vida e cotidiano dos povos bárbaros, assim como as interações destes como as populações romanas, não seriam fáceis de compreender apenas com as fontes que estavam disponíveis para Gibbon.