China
Nessa altura dos dias, o amor não passa de uma mão quente, sexo seguro, boas risadas e algumas faixas dos Beatles.
Era óbvio que a gente não iria ficar junto para sempre, mas precisava dizer?
Assim, tentar esquecer é lembrar. E lembrar você dá raiva. Você é dono do meu melhor rancor.
Mas agora tá tudo bem. Aprendi que quanto mais superficialmente você costura uma relação, menos chance há de se afogar. Navegar é preciso, o negócio é não faltar nas aulas sobre como boiar em águas nem doces nem salgadas. Hoje posso dizer convicta que prefiro o clarão das aparências que a penumbra de mergulhar fundo, sem saber como respirar abaixo do chão. Agora, como boa marinheira de incontáveis viagens, finalmente sei como desatar nós.
Mesmo num amor de linhas tortas como o nosso, o fim parece um erro, como um ponto final no meio da frase.
Então, lá vamos nós, mais uma vez, seja o que for. Mas que pelo menos seja, dessa vez.
Ninguém jamais me fez sofrer, nunca me obrigariam a isso, sempre que sofri por alguém foi porque quis, não por julgar que valessem a lágrima, cada uma delas.
"Eu quero uma coisa constante, eu quero você comigo. Eu queria que esses meus dois quereres entrassem em acordo."
Um pouco triste reconhecer: não tenho mais me surpreendido com nada.
Olha, não sei qual dói mais. Quando acaba, quando sentimos que acabou, ou quando a gente precisa cair na real que acabou e já faz tempo.
Meu querido diário
Hoje, mais um dia perdido num mês qualquer
"Ok, não vou mentir, tenho sentimentos de amor por você. Mas estou deixando de alimentá-los. Um dia eles morrem.[...]
É assim, tudo que não gera felicidade, degerenera, morre na impermanência. Nem pra sempre, nem nunca mais."
"A gente já foi fundo demais, não há mais como cair. De agora em diante, o maior risco que a