Chernobyl
Neste capítulo, apresentamos os principais conceitos teóricos que dão suporte a esta pesquisa. Inicialmente desenhamos o cenário no qual se inscrevem os estudos sobre argumentação e discutimos o status paradoxal objetivo/subjetivo que percorre a literatura sobre o tema desde Aristóteles. A seguir, item 2.2, mostramos como as opiniões podem ser simultaneamente objetivas e subjetivas, a partir das discussões de Schiffrin (1990) e Shi-xu (2000). Pelo fato de a subjetividade no discurso ser tradicionalmente relacionada aos estudos que tratam de avaliação, mostramos no item 2.3 diferentes enfoques teóricos do fenômeno. 2.1
Argumentação e subjetividade As teorias da argumentação têm uma longa história que pode ser traçada desde os escritos da Grécia Antiga, especialmente as obras de Aristóteles. Esses estudos, que foram se formando e ramificando durante mais de dois milênios, diversificaram-se de forma mais acentuada no século XX. É considerável a variação existente entre os tratamentos das distintas disciplinas que estudam o fenômeno (por exemplo, os estudos literários, a filosofia, a jurisprudência, a lógica ou a lingüística)3
. Também dentro dos estudos da linguagem a diversidade teórica é inegável, além de haver importantes entrelaçamentos de uma disciplina com outra(s)4
.
A tradição dos estudos argumentativos remonta a Aristóteles e à sua definição de raciocínio, a operação da razão, como argumentação5
. Para o grande 3
Toulmin (1972) sustenta que a teoria da argumentação é uma teoria que prescinde de uma disciplina, já que não existe um paradigma unificado para seu estudo.
4
Nossa recapitulação não pretende ser exaustiva: a grande maioria dos estudos sobre as maneiras de persuadir ou convencer pertence a âmbitos bem distintos do nosso, e seria de pouca utilidade incluí-los aqui. Aos leitores em busca de uma historiografia das teorias da argumentação, remetemos às